O mais recente álbum dos ANZV, ‘KUR’, e o seu single principal, ‘Shamash’, recorrem à mitologia mesopotâmica para explorar a morte, o ritual e a transcendência. Fundindo metal extremo com narrativa histórica, esta edição representa um contributo consistente para a música pesada de caráter conceptual.

A banda portuguesa de metal extremo ANZV prepara-se para lançar o seu segundo álbum de longa duração, ‘KUR’, a 30 de maio de 2025, através da editora Edged Circle Productions. Dando continuidade ao impulso gerado pelo álbum de estreia ‘Gallas’, lançado em 2022, esta nova obra inspira-se profundamente na mitologia suméria antiga para abordar temas como a morte, a transcendência e o ritual cósmico. Apresentado pelo single principal ‘Shamash’, ‘KUR’ afirma os ANZV como uma das bandas mais conceitualmente rigorosas a emergir da Península Ibérica.

Fundados no Porto em 2019, os ANZV entraram na cena underground do metal com o lançamento independente do seu álbum de estreia, ‘Gallas’, mais tarde reeditado em 2023. Caracterizados por uma parcial anonimidade, os membros utilizam apenas iniciais em vez de nomes próprios, reforçando a identidade abstrata do grupo e a sua recusa deliberada em aderir ao personal branding. O enfoque temático da banda — centrado no ritual, no misticismo e na cosmologia antiga — tem contribuído para a sua distinção dentro do circuito metal português, ainda maioritariamente moldado por tradições góticas e de black metal. A parceria com a Edged Circle Productions insere os ANZV numa rede crescente de editoras independentes europeias que apoiam bandas de metal conceitual para além do circuito comercial convencional.

Visão Geral do Álbum: ‘KUR’

O segundo álbum dos ANZV, ‘KUR’, apresenta uma estrutura conceitual coesa enraizada na cosmologia suméria. Nomeado segundo o submundo da antiga Mesopotâmia, ‘KUR’ aprofunda a dedicação do grupo às estruturas mitológicas, ao mesmo tempo que refina a intensidade composicional introduzida no álbum de estreia. O disco é composto por uma sequência de faixas intituladas segundo figuras e locais específicos da religião mesopotâmica — como ‘Ekur’, ‘Lamashtu’ e ‘Shamash’ —, cada uma contribuindo para uma arquitetura narrativa mais ampla centrada na morte, na descida e na transcendência.

Capa ilustrada do álbum ‘KUR’ dos ANZV, com motivos sumérios, uma zigurate e imagens de descida a grutas.
Arte da capa de ‘KUR’, o mais recente álbum da banda portuguesa ANZV, com lançamento previsto para 30 de maio de 2025 pela editora Edged Circle Productions.

O disco será lançado em formatos digital, vinil, cassete e CD, com distribuição a cargo da Edged Circle Productions. O material promocional da editora descreve ‘KUR’ como “uma descida abissal através de ritos antigos e forças míticas”, uma caracterização que está em consonância com o interesse documentado da banda pelo ritualismo histórico e simbologia esotérica. Ao contrário de muitos álbuns conceituais que apenas sugerem uma unidade temática, ‘KUR’ é construído como uma obra de longa duração em que conteúdo, arranjo e atmosfera são tratados como elementos interdependentes.

O álbum afasta-se de estruturas improvisadas, privilegiando arranjos deliberados e contenção composicional. Inserido nos domínios do black e death metal, evita excessos ornamentais, apostando antes na repetição, densidade tonal e camadas cuidadosamente medidas. Cada faixa é moldada com precisão estrutural, reforçando a ordem temática que sustenta a base mitológica do disco.

Temáticas Líricas e Referência Mitológica

O conteúdo lírico de ‘KUR’ assenta em textos religiosos e cosmológicos da Mesopotâmia, com especial ênfase nas mitologias do submundo e nas hierarquias divinas. A partir de fontes sumérias, os ANZV constroem uma paisagem mitopoética habitada por divindades antigas como Shamash, o deus solar associado à justiça e à iluminação, e Lamashtu, uma demónia ligada à morte e à doença. Cada faixa do álbum funciona como uma invocação autónoma, contribuindo, em conjunto, para uma estrutura conceitual alicerçada na descida e no confronto com forças metafísicas.

Ao invés de recorrerem aos motivos religiosos ou ocultistas habituais no metal extremo, os ANZV distinguem-se pela adoção de referências mesopotâmicas, numa área frequentemente dominada por imagens nórdicas, bíblicas ou inspiradas em Lovecraft. O envolvimento da banda com este material não é superficial. Segundo declarações que acompanham o lançamento, a mitologia é tratada com “reverência”, o que sugere uma abordagem que privilegia a fidelidade às fontes em detrimento da apropriação simbólica.

Esta decisão temática insere ainda ‘KUR’ num corpus crescente de obras do metal que recorrem a narrativas históricas, muitas vezes pré-clássicas, como veículos para uma reflexão filosófica ou existencial. A voz lírica ao longo do álbum demonstra um interesse menor pela clareza narrativa, optando antes por evocar uma atmosfera arcaica através de uma linguagem fragmentária e encantatória — criando assim um sentimento de ritual performativo em vez de narração direta.

Estrutura Musical e Características Sonoras

‘KUR’ aprofunda a arquitetura sonora dos ANZV através de uma fusão deliberada entre elementos de black e death metal, estruturada de modo a refletir o peso temático dos seus referentes mitológicos. A produção é densa, privilegiando texturas sobrepostas em detrimento do minimalismo cru. As guitarras alternam entre dissonâncias conduzidas por tremolo e motivos melódicos de timbre ritualístico, enquanto a secção rítmica mantém uma precisão mecânica que ancora a paleta tonal volátil do álbum.

O álbum evita os lugares-comuns do género, como solos excessivamente prolongados ou mudanças abruptas de andamento, optando antes por composições compactas que privilegiam a repetição e o desenvolvimento atmosférico. As vocalizações dividem-se entre guturais e gritos em registro elevado, frequentemente sobrepostos para simular um efeito coral. Esta dualidade — espelhando a tensão entre iluminação e obscuridade presente na mitologia do álbum — contribui para um ambiente sonoro imersivo.

Críticos assinalaram uma maior clareza nos arranjos dos ANZV em comparação com o álbum de estreia, ‘Gallas’, sobretudo na separação das camadas instrumentais e no ritmo das transições. Onde ‘Gallas’ por vezes cedia à saturação, ‘KUR’ demonstra contenção sem comprometer a intensidade. O uso da dissonância mantém-se central, mas agora equilibrado com motivos tonais que sugerem continuidade temática entre as faixas, como padrões percussivos recorrentes ou frases melódicas que evocam cadências rituais.

No conjunto, a direção musical do álbum sustenta os seus fundamentos conceituais: cada faixa funciona não apenas como um assalto sonoro, mas como um elemento estrutural de um arcabouço ritual rigorosamente controlado.

Single Principal: ‘Shamash’

Lançado antes do álbum completo, ‘Shamash’ funciona como a declaração introdutória de ‘KUR’, tanto a nível musical como conceitual. Nomeado segundo a divindade solar suméria associada à verdade, à lei e à adivinhação, o tema é estruturado de modo a refletir a dualidade da sua figura tutelar — evocando simultaneamente revelação e julgamento. Inicia-se com texturas ambientais sobrepostas e padrões de guitarra reminiscentes de sinos, estabelecendo uma atmosfera que os críticos descreveram como “cerimonial” e “deliberadamente hipnótica”.

Pilares de pedra com símbolos gravados em estilo mesopotâmico erguem-se na névoa sob o título ‘ANZV – Shamash’.
Arte para ‘Shamash’, o single principal do álbum ‘KUR’ dos ANZV, lançado a 4 de abril de 2025 pela editora Edged Circle Productions.

À medida que a composição avança, introduz guitarras rítmicas distorcidas, blast beats e camadas vocais que culminam numa convergência de dissonância e clareza. A meio do tema, alterações harmónicas e inserções melódicas subtis evocam uma forma de iluminação sonora, alinhando-se com o simbolismo da luz que sustenta a faixa. Esta progressão — da contenção tonal à intensidade total — parece ser encenada com intenção deliberada, espelhando a trajetória narrativa de descida divina e julgamento.

O single foi acompanhado por um vídeo oficial, estreado a 4 de abril de 2025 através da plataforma Invisible Oranges. Visualmente, o vídeo apresenta imagens rituais abstratas, com figuras encapuçadas, iluminação monocromática e um cenário espacial austero, desprovido de narrativa concreta. A realização enfatiza ambientes de vazio e gestos simbólicos, reforçando a apresentação impessoal da banda e a imersão temática. Segundo a editora, o vídeo pretende retratar “a descida ao abismo”, uma leitura coerente com o conteúdo lírico e musical da faixa.

Críticos caracterizaram ‘Shamash’ como uma síntese representativa das ambições estilísticas de ‘KUR’, destacando o seu equilíbrio entre agressividade e atmosfera, bem como a sua capacidade para funcionar de forma autónoma ou inserida na narrativa integral do álbum.

Realização e Simbolismo do Vídeo

A representação visual de ‘Shamash’ complementa a direção estética mais ampla dos ANZV, mantendo um estilo que privilegia a abstração, o formalismo ritual e o minimalismo simbólico. Realizado internamente e lançado através da Invisible Oranges, o vídeo evita a exposição narrativa em favor de imagens austeras e de movimento lento — uma abordagem coerente com a ênfase da banda no esoterismo e na anonimidade.

O cenário é marcado por uma iluminação de alto contraste e fundos de aparência abissal, onde figuras em silhueta — presumivelmente membros do grupo — executam gestos repetitivos sob feixes de luz estreitos. A ausência de traços identificáveis ou de cenários concretos contribui para o distanciamento do espectador de qualquer contexto temporal ou geográfico, reforçando a natureza intemporal e extra-mundana das temáticas mitológicas do álbum.

A luz e a sombra funcionam como análogos visuais ao conteúdo lírico de Shamash, a divindade solar. Em vez de representar diretamente o deus, o vídeo constrói um quadro simbólico no qual a luz é revelada e ocultada de forma intermitente, sugerindo julgamento, revelação e a natureza transitória da verdade. Esta alternância entre contenção visual e intensidade sonora espelha a estrutura da própria faixa, que oscila entre ambiências meditativas e força percussiva.

As opções estéticas — paleta monocromática, movimentos em câmara lenta e ausência de identificadores humanos — alinham-se com convenções estabelecidas na produção visual do metal extremo de cunho ritualista, mas aqui são empregadas com uma precisão que sugere uma estratégia conceitual coesa, em vez de mera imitação estilística. O resultado é um artefato visual que reforça a orientação filosófica do álbum sem diluir a sua ambiguidade interpretativa.

Declarações da Banda e da Editora

A comunicação direta por parte dos ANZV mantém-se limitada, em consonância com a anonimidade cultivada pelo grupo e a sua presença pública reduzida. No entanto, as declarações emitidas pela Edged Circle Productions em apoio a ‘KUR’ e ‘Shamash’ oferecem pistas sobre as prioridades conceituais que moldam este lançamento. A editora descreve o álbum como uma “imersão no abismo, onde ritos antigos e forças míticas colidem”, apresentando ‘KUR’ como uma obra imersiva que transcende a estrutura convencional de álbum, aproximando-se do domínio da narrativa ritualizada.

Nos materiais promocionais, a banda identifica o arco temático de ‘KUR’ como sendo de “desespero, deslumbramento, orgulho e submissão” — um espectro emocional e filosófico alinhado com o mito da descida, recorrente na cosmologia suméria. A figura de Shamash, e por extensão o princípio orientador do álbum, é interpretada como simultaneamente punitiva e reveladora — um ser que “ascende ao ponto mais alto para governar, e depois desce ao abismo para julgar”. Esta descida e retorno cíclico constitui, segundo o material escrito da banda, a lógica estrutural do álbum.

Apesar de não existirem entrevistas formais publicadas até à data, a inclusão destas diretrizes temáticas nas declarações oficiais sugere que os ANZV encaram ‘KUR’ como uma obra completa — na qual os componentes visuais, líricos e musicais funcionam como canais integrados de uma única investigação filosófica. A decisão de omitir identificadores pessoais e comentários públicos reforça ainda a intenção do grupo de desviar a atenção da figura autoral, concentrando-a antes no conteúdo interpretativo do próprio material.

Receção Crítica e Entre Pares

AA receção inicial a ‘KUR’ e ao seu single principal, ‘Shamash’, tem sido amplamente positiva na imprensa internacional dedicada ao metal, especialmente em plataformas focadas nos subgéneros black, death e experimental. Publicações como Invisible Oranges e No Clean Singing destacaram o lançamento pela sua clareza conceitual, profundidade sonora e uma apresentação contida, mas imersiva.

As primeiras reações a ‘Shamash’ sublinham a capacidade dos ANZV para evocar uma atmosfera ritualística através da música. No Clean Singing descreveu a faixa como gerando uma “grandiosidade esotérica e intimidante”, salientando a sua natureza sombria e expansiva, que se impõe enquanto ressoa de forma sedutora como sinos encantatórios. A publicação acrescenta ainda que a qualidade aguda e ressonante da canção se intensifica gradualmente, tornando-se mais perturbadora, revelando esplendor e vitalidade à medida que se eleva para as oitavas superiores.

Críticos assinalaram o afastamento dos ANZV em relação a temas excessivamente explorados, valorizando o seu envolvimento com a mitologia mesopotâmica como uma alternativa ponderada e informada face a fontes mais convencionais. Esta escolha tem motivado comparações com projetos que privilegiam narrativas com enraizamento histórico em detrimento de clichés do género, posicionando os ANZV dentro de um subconjunto crescente de propostas de metal extremo conceitual que fundem interesse académico com convenções estilísticas.

No meio underground português, o disco também tem gerado interesse, sendo visto como um potencial catalisador para uma maior visibilidade das novas bandas extremas do país. Se as gerações anteriores do metal nacional foram marcadas por sonoridades góticas e sinfónicas, a abordagem metódica e esotérica dos ANZV assinala uma viragem em direção a formas de expressão estruturadas academicamente e visualmente disciplinadas.

Posicionamento na Cena Nacional

A emergência dos ANZV contribui para a crescente visibilidade da cena de metal extremo em Portugal, que nos últimos anos tem evoluído para além da sua associação histórica com o metal gótico, exemplificada por nomes internacionalmente reconhecidos como os Moonspell. Com base no Porto, o grupo representa uma nova vaga de artistas que abordam o black e death metal não apenas através da intensidade sonora, mas também com disciplina conceitual e contenção estética.

No contexto nacional, os ANZV distinguem-se pela recusa em recorrer ao folclore local ou às convenções ocultistas europeias, optando antes por um enquadramento metodológico mais amplo, enraizado na mitologia suméria. Esta abordagem alinha-os com uma tendência internacional contemporânea entre projetos de metal que exploram sistemas religiosos e filosóficos não ocidentais para abordar temas existenciais ou históricos. Embora não sediado em Portugal, o projeto luso-colombiano Aemaerth — cujo trabalho em death metal técnico integra arranjos orquestrais com mitologia mesopotâmica — revela uma orientação temática semelhante. Em contraste com bandas como os Gaerea, que privilegiam a introspeção emocional e o anonimato no black metal, os ANZV apresentam uma proposta mais específica e coesa, sustentada numa relação historicamente fundamentada com o material mitológico.

A ligação da banda à Edged Circle Productions, uma editora sediada na Noruega com um catálogo dedicado ao metal underground europeu, posiciona ainda os ANZV dentro de uma infraestrutura continental alargada que apoia lançamentos conceituais de produção independente. Esta parceria permite uma maior distribuição e acesso a redes críticas para além do mercado lusófono, ampliando o seu alcance potencial e reforçando o posicionamento do metal português na cena europeia mais vasta.

A nível local, a ascensão dos ANZV é vista como um contributo para a diversificação do panorama cultural do heavy metal em Portugal — um cenário que reflete, cada vez mais, não só pluralismo estilístico, mas também uma predisposição para abordar narrativas históricas e mitológicas através de composição disciplinada e uma estratégia audiovisual coesa.

Simbolismo Mesopotâmico no Metal

A decisão de estruturar ‘KUR’ em torno da mitologia mesopotâmica posiciona os ANZV numa linhagem específica de projetos de metal extremo que incorporam cosmologias históricas para moldar os seus enquadramentos temáticos e estéticos. Embora referências aos sistemas nórdico, cristão ou greco-romano permaneçam predominantes no black e death metal, a invocação da teologia suméria — em especial o conceito do submundo ‘Kur’ e divindades como Shamash, Lamashtu e Anzû — representa uma orientação deliberada para fontes mitológicas menos exploradas.

Na tradição suméria, ‘Kur’ refere-se tanto a um espaço geográfico como metafísico: um domínio subterrâneo de silêncio, exílio e julgamento. A narrativa da descida ao ‘Kur’ — como exemplificado no mito de Inanna — está entre os textos religiosos mais antigos da humanidade, estabelecendo um precedente para os ciclos de morte e renascimento posteriormente retomados pelas tradições abraâmicas e clássicas. Ao referenciar diretamente Kur, os ANZV alinham o álbum com uma das histórias fundacionais da investigação espiritual humana, evitando interpretações posteriores em favor de uma estrutura cosmológica primária.

O nome da banda, derivado da figura mítica Anzû — um demónio da tempestade ou águia com cabeça de leão que desafia a ordem divina — reforça esta orientação. Em vez de adotarem o nome como mero símbolo, os ANZV parecem incorporá-lo na sua identidade conceitual, refletindo temas de desafio, conflito divino e julgamento cósmico.

Bandas como os Nile e os Melechesh também exploraram sistemas religiosos do Antigo Oriente Próximo, muitas vezes através de perspetivas regionais ou políticas. A abordagem dos ANZV distingue-se pela ausência de comentário cultural ou reinterpretação. ‘KUR’ trata a mitologia como um sistema metafísico fechado, comunicado através da composição e da forma, e não por via de uma narrativa explícita.

Este método interpretativo situa o trabalho dos ANZV na confluência entre música, teologia e imaginação histórica — sugerindo uma forma de envolvimento conceitual que privilegia a coerência interna e a fidelidade textual, em vez da alegoria ou da crítica.

Conclusão

Com ‘KUR’, os ANZV apresentam uma obra tematicamente unificada e composicionalmente rigorosa que expande as possibilidades do metal extremo para além da agressividade sonora, introduzindo-o no domínio da expressão mitológica estruturada. Ancorado na cosmologia mesopotâmica e sustentado por uma apresentação audiovisual contida, mas imersiva, o álbum sublinha o potencial das narrativas historicamente fundamentadas na produção contemporânea de metal.

Ao manterem o anonimato e uma disciplina estética rigorosa, os ANZV conseguiram alinhar o seu trabalho com um movimento mais amplo de projetos conceituais no metal que rejeitam temáticas superficiais em favor de uma investigação histórica sustentada.

No contexto da cultura musical pesada em Portugal, ‘KUR’ destaca-se como um lançamento distintivo — marcado pela sua precisão conceitual e pelo alinhamento com movimentos internacionais orientados para a mitologia. Mais do que uma entrada convencional no género, o álbum envolve-se com estruturas teológicas antigas através de uma composição disciplinada e controlo estético deliberado. Os ANZV afirmam-se, assim, não como meros aderentes estilísticos, mas como praticantes de uma obra artística intencional, enraizada na história.

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